Amor Cortês nos Livros Contemporâneos - Reflexão

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Ao longo dos anos, a maneira como o amor é retratado nos livros mudou drasticamente. Algo que tenho sentido falta, especialmente nas narrativas contemporâneas, é o amor cortês. Aquele tipo de amor que envolve respeito, admiração e cuidado genuíno, onde a mulher é vista como um ser digno de devoção.

O amor cortês, caracterizado pela exaltação da mulher e pela forma gentil como era tratada, parece estar desaparecendo das prateleiras das livrarias. Em seu lugar, vemos romances em que os casais frequentemente começam como inimigos, com um ódio inicial que, ao longo da história, se transforma em paixão. Isso se reflete muito nos populares romances "enemies to lovers" de hoje.

Sinto falta daquele tipo de relacionamento onde o respeito mútuo e a admiração guiavam as ações. Nos livros clássicos como Orgulho e Preconceito de Jane Austen, vemos traços dessa cortesia, onde as interações são delicadas, e o amor é construído com respeito. A mulher é representada com força e independência, o que é maravilhoso, mas onde está o cuidado e o respeito que vinham junto com o amor cortês?

Acredito que parte dessa transformação seja o reflexo de uma sociedade mais consciente sobre a igualdade de gênero. Talvez seja um sinal de que o amor cortês, com sua visão protetora da mulher, tenha sido entendido como algo que reforça estereótipos de fragilidade feminina. Mas será que precisamos abrir mão completamente dessa delicadeza em nome da igualdade? Não podemos ter ambos? Uma mulher pode ser forte, autônoma, e ainda assim ser tratada com o respeito e o cuidado que o amor cortês oferecia.

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A tendência é os personagens masculinos e femininos iniciarem suas histórias com um antagonismo quase obrigatório, antes de qualquer desenvolvimento de afeto. Por isso, fica a minha reflexão: será que a literatura contemporânea pode resgatar o amor cortês sem abrir mão do progresso na igualdade de gênero? Para mim, há espaço para ambos, e sinto falta de ler histórias onde o respeito, o cuidado e a delicadeza coexistem com a força e a independência feminina.


E você, também sente falta do amor cortês nos livros? Quais romances mais marcaram você com esse tipo de relacionamento?


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