Assisti ao filme no dia 10 de agosto, dois dias após seu lançamento. Evitei trailers, resenhas ou comentários de terceiros para formar minha própria opinião, livre de influências externas. Agora, compartilho de mente e coração abertos minhas impressões sinceras sobre o filme.
A violência doméstica, um problema que afeta milhares de mulheres, é retratada de forma crua e emocionante no filme "Isto Acaba Aqui". Através da história de Lily, somos confrontados com a dura realidade de um relacionamento abusivo e a necessidade urgente de romper o ciclo da violência.
De antemão, quero destacar que "Isto Acaba Aqui" está longe de ser "lindo". Esse não é o adjetivo que define essa obra. Ela é intensa, às vezes visceral, envolvente, tocante, reflexiva, informativa e profundamente real. Com essa base, apresento minha opinião genuína.
Li o livro no início deste ano, antes do lançamento do filme. Já sabia quem interpretaria os três papéis principais, então, para mim, Lily já tinha o rosto de Blake Lively. Ao assistir às primeiras cenas, senti que o filme manteria a essência do livro, com as adaptações e mudanças inevitáveis. No geral, o filme conseguiu ser fiel e autêntico ao espírito da obra original. A mudança na idade dos personagens, por exemplo, trouxe uma representatividade ainda maior para as mulheres que enfrentam problemas semelhantes em diferentes fases da vida.
Os diários de Lily, com suas palavras sinceras e cruas, revelam a angústia da protagonista e a evolução de seu relacionamento com Atlas, provocando uma emoção profunda. A forma como a adolescência de ambos é representada, com seus sonhos e inseguranças, é extremamente tocante e realista, permitindo que o espectador se conecte com os personagens de maneira íntima. A alternância entre passado e presente cria uma narrativa envolvente e intensifica o impacto emocional das cenas. Eu chorei muito com todas as cenas do passado deles, pois tenho memória afetiva do livro e senti conexão entre ambos.
Não vou me estender na avaliação das atuações, pois, como fã de Blake Lively, seria suspeita ao elogiá-la. Para mim, ela deu vida à Lily de forma autêntica e tocante. O Justin Baldoni diretor e ator que interpreta o Ryle é sem dúvidas um dos melhores encaixes do filme, sua atuação e direção foram incríveis.
Ah! Quase ia esquecendo, temos uma figurante famosa em uma cena do filme, não irei revelar quem é. Assista o filme e depois volte aqui para me contar.
"Isso Acaba Aqui" não é um filme "lindo", nem é sobre flores. É uma obra que expõe, de forma crua e honesta, a verdade sobre a violência doméstica e psicológica, abordando a fuga da realidade que muitas vezes ocorre quando estamos apaixonados, e os sinais de alerta que, embora presentes, são frequentemente ignorados.
A campanha de marketing nas redes sociais, com imagens de flores e vestidos, sugeria um romance leve, o que pode ter levado muitos a subestimar a profundidade e seriedade do tema. Essa abordagem contrasta fortemente com a brutal realidade da violência doméstica retratada no filme. Faltou uma campanha mais engajada, que trouxesse dados estatísticos, depoimentos de sobreviventes e informações sobre como buscar ajuda. Essa ausência de conscientização pode ter limitado o impacto do filme em promover um debate mais profundo sobre essa questão social tão urgente. "Isto Acaba Aqui" carrega uma responsabilidade social enorme e não deve ser visto apenas como um filme bonito, adornado por flores e vestidos.
Assim como uma planta precisa de luz para florescer, um relacionamento saudável necessita de respeito e liberdade. O amor não deve ser posse, fuga ou prisão. O amor precisa ser leve, puro e livre. Lily sabia disso, pois viveu em casa dos pais a violência de perto, mas, mesmo com toda sua experiência, não percebeu os sinais, deixando-se enganar pela cegueira que o amor, por vezes, provoca. Quantas de nós, mulheres, já vivemos situações semelhantes? Apesar de nossa inteligência e sagacidade, estamos constantemente expostas a esses riscos simplesmente por sermos mulheres.
Porém, ao contrário de muitas, Lily encontrou a força para fazer o que precisava ser feito: romper o ciclo. Essa história, tanto no livro quanto no filme, não é apenas uma narrativa sobre dor, mas uma poderosa lição de vida e superação. Lily teve uma segunda chance e, com coragem, agarrou-a com todas as suas forças. Assim como Lily, todas nós precisamos reconhecer nosso valor, superar os traumas e lutar por uma vida de amor verdadeiro – um amor que nos liberta, em vez de nos aprisionar.
Conclusão:
Como alguém que já leu o livro, confesso que gostei bastante do filme. No entanto, fiquei com algumas preocupações em relação ao marketing em torno da produção. Parece que uma oportunidade significativa foi perdida ao não se aproveitar a visibilidade do filme para discutir mais profundamente a questão da violência doméstica, que é central na trama. É um tema tão relevante e urgente, mas que acabou ficando em segundo plano nas campanhas de divulgação. Me pergunto: será que sou a única a sentir essa lacuna?
Violência doméstica no mundo:
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada três mulheres no mundo já sofreu algum tipo de violência física ou sexual ao longo da vida. Esses dados alarmantes revelam a gravidade do problema, que ultrapassa barreiras culturais, sociais e econômicas, exigindo uma resposta imediata e coletiva.
- No Brasil, vítimas de violência doméstica podem buscar ajuda através da Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180, que oferece orientação e acolhimento.
- Em Portugal, o serviço de apoio APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) está disponível através da linha de apoio 116 006.
8 comments
Eu ainda não assisti, mas pelo que vi parece ser muito bom, agora estou curiosa, vou dar um jeito de assistir logo! Valeu pela indicvação!
ResponderEliminarSim, o filme o muito bom, sou suspeita para falar, pois li o livro e gostei muito também. Vale a pena, se for assistir não esqueça de levar um lencinho.
EliminarAinda não vi esse filme Lanne, mas a violência doméstica é mais comum do que a gente pensa. Pena que poucas mulheres denunciam seus agressores por medo de serem mortas.
ResponderEliminarBeijos,
www.luluonthesky.com
Sim, é verdade, infelizmente é uma realidade.
EliminarComo assim esse filme fala sobre violência doméstica? Olha só, o marketing realmente não foi bem feito. Eu não li o livro e também não sei sobre do que se trata, mas vi muitas pessoas indo ao cinema ver o filme, porém na minha visão se tratava de um filme de romance 'bobo' e confesso que nem fiquei com vontade de ver, mas agora, ao ver que envolve violência e trás assuntos mais sérios muda completamente minha perspectiva e agora fiquei curiosa pra assistir e saber mais.
ResponderEliminarDoideira como o marketing faz toda a diferença.
https://www.heyimwiththeband.com.br/
É exatamente essa percepção que quem não leu o livro e só viu o marketing do Filme tem. O filme é muito bom, óbvio que não terá tudo do livro, mas ainda assim teve poucas alterações. Eu indico você assistir.
EliminarOi!
ResponderEliminarÉ sempre bom evitar resenhas/comentários de obras que você está aguardando muito né? Realmente o marketing poderia focar em também discutir sobre a violência doméstica.
Beijão
https://deiumjeito.blogspot.com/
Sim, eu sou daquelas que não gosta de spoiler, e evito assistir review antes de fazer as minhas próprias.
EliminarObrigada pela visita!
Muito obrigada pela sua visita!
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